SÃO PAULO (Reuters) - O governo federal acionará os mecanismos de suporte aos preços do milho para todos os Estados que ficarem com cotações abaixo dos valores mínimos garantidos, diante de uma colheita de segunda safra recorde do cereal no Brasil, afirmou nesta quinta-feira o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller.
O governo já tem realizado leilões de contrato de opção de venda de milho e operações que subvencionam o transporte do produto de Mato Grosso, o maior produtor brasileiro de grãos.
Mas outros Estados, como Mato Grosso do Sul e Goiás, também têm reivindicado apoio governamental para enfrentar o cenário baixista de preços.
Alguns agentes do mercado reunidos no seminário Perspectivas do Agribusiness 2017 e 2018, em São Paulo, já apontam a segunda safra de milho do Brasil em torno de 67 milhões de toneladas.
Na temporada anterior, afetada por uma severa seca, o Brasil colheu apenas 40,8 milhões de toneladas, segundo dados do Ministério da Agricultura.
O ministério estimou um número de 61,6 milhões de toneladas para a safra atual, na sua previsão de maio, bem abaixo dos números apontados por pelo menos dois consultores reunidos no evento.
"Se o preço estiver abaixo do preço mínimo, vamos fazer o apoio", disse o secretário a jornalistas, citando entre os Estados que podem ser beneficiados o Mato Grosso do Sul e Goiás.
“Esses programas não são apenas para o Mato Grosso”, acrescentou o secretário, ele próprio produtor em terras mato-grossenses.
(Por Roberto Samora)