CINGAPURA (Reuters) - Os países não devem contar com preços do petróleo baixos quando formularem suas políticas energéticas, uma vez que a oferta pode ficar mais apertada a partir de meados de 2016, devido ao investimento e produção em queda nos Estados Unidos, afirmou uma autoridade da indústria nesta segunda-feira.
Os preços globais do petróleo caíram mais que pela metade desde junho de 2014 devido à crescente produção de petróleo de xisto nos EUA e com membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) decidindo defender participação no mercado ao invés de cortar a produção.
"Seria um grande erro nossa atenção com a segurança do suprimento de petróleo estar ligada à trajetória de curto prazo dos preços", disse o diretor-executivo da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) Fatih Birol, em evento em Cingapura.
Se os preços continuarem nos níveis atuais, o investimento em petróleo deverá provavelmente cair novamente em 2016, principalmente em regiões de maior custo, depois de cair neste ano em mais de um quinto, disse Birol.
"Se isso se confirmar, será a primeira vez em duas décadas que veremos investimentos em petróleo caindo por dois anos consecutivos", disse ele. "Deveríamos pensar sobre as implicações de médio e longo prazo dessa falta de investimentos."
Ainda assim, disse Birol, a oferta é ampla ao menos até a metade de 2016, e a IEA não espera uma forte retomada dos preços no curto prazo.
(Por Jessica Jaganathan e Florence Tan)