SÃO PAULO (Reuters) - O greening, doença mais devastadora da citricultura na atualidade, foi identificado em 19,02% dos laranjais do cinturão citrícola de São Paulo e Minas Gerais, nível 4,8% maior que o de 2018, informou nesta quarta-feira o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus).
Segundo o órgão, cerca de 37,1 milhões de árvores na região possuem sintomas da doença, que não tem cura e leva os frutos a caírem precocemente, reduzindo a produção significativamente.
"É importante frisar que atingimos um patamar alto e que precisamos, de fato, impedir essa tendência de crescimento da doença", disse o gerente-geral do Fundecitrus, Juliano Ayres, destacando que as medidas de controle do greening permitiram a manutenção da competitividade citrícola do Brasil desde que a doença foi inicialmente detectada no país, há 15 anos.
Os pomares menores, de acordo com o Fundecitrus, são os mais afetados pelo greening, com 47,5% das árvores doentes localizadas em propriedades com até 10 mil laranjeiras.
"É necessário intensificar as ações de transferência de tecnologia voltadas aos pequenos e médios produtores para ajudá-los no manejo da doença", disse Ayres.
Além do greening, outra doença que se alastrou pelo cinturão citrícola é o cancro cítrico, verificado em 15% das árvores da região, ou 29,3 milhões de plantas, uma alta de 28% em relação ao ano passado, afirmou o Fundecitrus.
A entidade destacou que o aumento na incidência da doença era esperado, pois o cancro cítrico avança por São Paulo desde que o Estado adotou o status de "área sob mitigação de risco" em 2017, permitindo que plantas sintomáticas sigam nos pomares.
(Por Gabriel Araujo; edição de Roberto Samora)