RIO DE JANEIRO (Reuters) - O retorno da geração da usina nuclear Angra 1, previsto inicialmente para 14 de junho, deverá ocorrer apenas a partir do final do mês em função de uma greve de trabalhadores da Eletrobras (SA:ELET3), disse nesta quarta-feira o diretor de Planejamento da Eletronuclear, Leonam Guimarães.
De acordo com o executivo, a paralisação, que já dura cerca de três semanas, afeta "em alguns dias" a parada da usina, programada para manobras de manutenção.
A central nuclear parou de operar e foi desconectada do Sistema Interligado Nacional (SIN) em 7 de maio, com previsão inicial de retorno em 37 dias.
"A paralisação pegou justamente o período de manutenção e afetou em alguns dias. Há um atraso em relação ao cronograma original", disse o diretor da Eletronuclear a jornalistas em seminário de energia nuclear.
A previsão da estatal é que a retomada ocorra a partir do dia 25 deste mês, mas não está descartada a hipótese de a volta da unidade de Angra 1 ficar para julho.
Os funcionários do grupo Eletrobras estão parados por melhores salários e condições de trabalho, e o aumento na participação nos lucros (PLR) é um ponto de divergência entre patrões e empregados.
Na próxima sexta-feira haverá uma nova assembleia de funcionários para discutir se a greve será mantida ou não.
Técnicos da usina estimam que após o fim da paralisação seriam necessários cerca de 10 dias para retomar a geração da central nuclear.
"Aguardamos ansiosamente um acordo para retomar as atividades normais. Já está demorando bastante", afirmou Guimarães, para quem "o retorno mais tarde pode ser compensado com uma geração maior".
A usina nuclear de Angra 1 tem capacidade de geração de 640 megawatts (MW) de energia.
Uma outra central, a unidade de Angra 3, está sendo construída no mesmo local que hoje abriga Angra 1 e Angra 2.
A previsão é que a operação da nova usina inicie a operação em dezembro de 2018.
Segundo o diretor da Eletronuclear, 56 por cento da obra já está realizada.
(Por Rodrigo Viga Gaier)