Por Jeffrey Heller e Dan Williams
JERUSALÉM (Reuters) - O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, fez um apelo para que apoiadores fossem votar e conquistassem votos na eleição parlamentar de Israel desta terça-feira, enfatizando a possibilidade de seu principal rival, um ex-general que prometeu um governo ético, privá-lo de alcançar um quinto mandato.
Netanyahu, que ocupa o cargo continuamente desde 2009, após uma primeira passagem como premiê entre 1996 e 1999, luta por sua sobrevivência política, uma vez que pode ser indiciado em três casos de corrupção nos quais negou qualquer irregularidade.
As últimas pesquisas de intenção de voto, publicadas na sexta-feira, mostraram Netanyahu, que lidera o partido Likud, atrás de seu maior adversário, o ex-comandante militar Benny Gantz, da facção Azul (SA:AZUL4) e Branco, mas com mais chance de compor um governo de coalizão.
Cerca de duas horas e meia antes do fechamento das urnas, Netanyahu tuitou que "os dados que nos chegam agora" mostram o Azul e Branco com uma vantagem de quatro cadeiras no Parlamento de 120 membros.
"Muitos apoiadores do Likud ainda não votaram. Já está tarde, mas não tarde demais", escreveu. "Peço a todos vocês que se mobilizem e levem suas famílias e amigos às urnas".
Se vencer, o líder de direita, de 69 anos, cumprirá um quinto mandato recorde e se tornará o premiê mais longevo de Israel, depois de uma disputa que determinará se o homem que alguns israelenses saúdam como o "Rei Bibi" sucumbirá à "fadiga Bibi".
Os israelenses votam em listas partidárias de candidatos parlamentares. Nenhum partido isolado jamais teve maioria no Parlamento de Israel, o que significa que a composição de uma coalizão, um processo que pode demorar semanas, determinará o vencedor.
A votação termina às 22h locais. Redes de televisão publicarão imediatamente as pesquisas de boca de urna, dando uma indicação preliminar do número de cadeiras que os partidos obtiveram no Knesset e de qual líder tem mais chance de montar um governo.
Durante a campanha, os partidos rivais se acusaram de corrupção, de fomento ao preconceito e de frouxidão na segurança.
Netanyahu ressaltou sua proximidade do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que encantou ou israelenses e revoltou os palestinos reconhecendo Jerusalém como a capital de Israel em 2017 e transferindo a embaixada norte-americana para a cidade sagrada em maio.
Netanyahu alarmou ainda mais os palestinos prometendo anexar assentamentos judeus na Cisjordânia ocupada se for reeleito.
(Reportagem adicional de Rami Ayyub, em Rosh Ha'ayin; Ron Bousso e Rawan Sheikh Ahmad, em Haifa; Rahaf Ruby e Stephen Farrell, em Jerusalém)