👀 Não perca! As ações MAIS baratas para investir agoraVeja as ações baratas

Ibama e Funai realizam operação contra garimpeiros ilegais em terras Yanomami

Publicado 08.02.2023, 17:51
Atualizado 08.02.2023, 17:55
© Reuters. Agente do Ibama acompanha destruição de avião e hangar de garimpeiros em operação conjunta com a Funai contra garimpo ilegal na Terra Yanomami, em Roraima
06/02/2023
IBAMA/Divulgação via REUTERS

Por Amanda Perobelli

BOA VISTA (Reuters) - Agências ambientais e indígenas lançaram uma operação de fiscalização na floresta amazônica para expulsar milhares de garimpeiros ilegais acusados de causar uma crise humanitária entre o povo yanomami, disseram autoridades na quarta-feira.

Agentes armados do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), mobilizados de helicóptero e barco a motor desde segunda-feira, prenderam e removeram dezenas de garimpeiros na maior reserva indígena do Brasil, na fronteira norte com a Venezuela.

Eles atearam fogo a barracos de madeira e a um hangar que abrigava um avião em uma pista clandestina usada por garimpeiros para transportar suprimentos, segundo imagens do Ibama.

Até terça-feira, a agência disse ter destruído um helicóptero, um avião e uma escavadeira, e apreendido armas, barcos de 12 metros e tambores com 5.000 litros de combustível, além de geradores, antenas de internet, freezers e uma tonelada de alimentos.

"O objetivo principal da operação é inviabilizar linhas de suprimento e rotas que abastecem e escoam a produção do garimpo, além de garantir a permanência das equipes de fiscalização por prazo indeterminado", disse o Ibama em comunicado.

A operação conta com o apoio da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e apoio de militares que fizeram bloqueios nos rios para interromper o fluxo de abastecimento dos garimpeiros, informou o Ibama.

"Finalmente! Tirem os garimpeiros - e mantenha-os fora!" disse a organização Survival International. A ONG de direitos indígenas disse que os garimpeiros devastaram o território e causaram uma crise de saúde catastrófica que matou centenas de yanomami, especialmente crianças, de doenças evitáveis e desnutrição.

Mais de 20.000 garimpeiros invadiram a reserva, trazendo doenças, abuso sexual e violência armada que aterrorizaram os yanomamis, estimados em cerca de 28.000, e levaram à desnutrição grave e mortes.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou emergência médica para os yanomami e disse que terá tolerância zero para a mineração em terras indígenas protegidas pela Constituição. 

Os yanomami vivem há muito tempo isolados em uma vasta reserva do tamanho de Portugal, na fronteira com a Venezuela. Suas terras ricas em minerais atraem garimpeiros ilegais há décadas, especialmente depois que um governo militar construiu uma estrada através da floresta amazônica na década de 1970.

O antecessor de Lula, Jair Bolsonaro, defendeu a mineração em terras indígenas protegidas, e seu governo fez vista grossa para um novo aumento nas invasões de reservas por garimpeiros e madeireiros ilegais.

“O avanço do garimpo, estimulado pelo último governo, resultou em uma crise humanitária na terra indígena”, diz o Ibama no comunicado. "A Polícia Federal investiga o crime de genocídio contra os yanomami."

O Ibama disse que os distribuidores e revendedores responsáveis pelo comércio irregular de combustível de aviação para abastecer os mineradores serão investigados.

Espera-se que alguns dos garimpeiros que estão começando a deixar a Terra Yanomami se mudem para outras áreas de mineração ilegal na Amazônia ou atravessem a fronteira para os vizinhos Guiana Francesa, Suriname e Guiana.

© Reuters. Agente do Ibama acompanha destruição de avião e hangar de garimpeiros em operação conjunta com a Funai contra garimpo ilegal na Terra Yanomami, em Roraima
06/02/2023
IBAMA/Divulgação via REUTERS

Um garimpeiro, que caminhou por 20 dias pela floresta para chegar ao rio Uraricoera, disse que os yanomami estavam morrendo de fome e desesperados por cestas de alimentos lançadas de aviões da Força Aérea.

"Esse rancho que o Lula deu... no dia que chegou, acabou", disse à Reuters João Batista Costa, de 65 anos, segurando um pacote de comida, ao deixar a reserva depois de dois dias descendo o rio de canoa.

(Reportagem de Anthony Boadle em Brasília e Amanda Perobelli em Boa Vista)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.