Por Dmitry Zhdannikov
MOSCOU - Os mercados de petróleo entraram em um breve período de calma, mas uma tempestade pode estar se aproximando ainda neste ano, já que novas sanções norte-americanas estão prestes a reduzir o fornecimento iraniano, afirmou a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) nesta sexta-feira.
"O recente esfriamento do mercado, com alívio na tensão sobre a oferta de curto prazo, preços atualmente mais baixos e menor crescimento da demanda, pode não durar", disse a IEA, que supervisiona as políticas energéticas das nações industrializadas, em um relatório mensal.
Os preços do petróleo subiram para perto de 80 dólares por barril, o maior nível desde 2014, devido a preocupações com problemas de oferta, mas cederam nas últimas semanas, quando a Líbia retomou parte da produção e Washington sinalizou que poderia dar aos compradores asiáticos de petróleo iraniano algumas exceções nas sanções para o ano que vem.
No entanto, os Estados Unidos disseram que ainda estão tentando forçar os clientes do petróleo iraniano a parar completamente suas compras do país no longo prazo.
O Irã é o terceiro maior produtor da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), com uma produção de cerca de 4 milhões de barris por dia (bpd), ou 4 por cento da oferta global.
"À medida que as sanções contra o Irã entrarem em vigor, talvez em combinação com problemas de produção em outros lugares, a manutenção da oferta global pode ser muito desafiadora", disse a IEA.
A Arábia Saudita, arqui-inimiga do Irã e aliado próximo de Washington, prometeu uma intervenção para evitar qualquer escassez de oferta.
A Arábia Saudita está produzindo cerca de 10,4 milhões de bpd e poderia, em teoria, aumentar a produção para acima de 12 milhões de bpd.
Esse movimento, no entanto, deixaria o mundo praticamente sem capacidade ociosa para compensar eventuais problemas na produção de países como Líbia, Venezuela e Nigéria.
"Assim, a perspectiva é que o mercado pode ficar bem menos calmo do que está hoje", disse a IEA.