PEQUIM (Reuters) - As importações de soja dos Estados Unidos pela China despencaram em março em relação ao ano anterior, mostraram dados alfandegários nesta quarta-feira, com margens fracas restringindo as compras.
A China, o maior importador mundial de soja, trouxe 3,37 milhões de toneladas no mês passado dos EUA, ante 7,18 milhões um ano antes, mostraram dados da Administração Geral de Alfândegas.
A tendência para o ano nos embarques dos EUA tem sido menor, com as importações durante os primeiros três meses de 2022 caindo 30% em relação ao ano anterior, para 13,4 milhões de toneladas, segundo os dados.
As importações do ano passado foram apoiadas pelo aumento das compras de produtos agrícolas dos EUA, incluindo soja, após um acordo comercial inicial em janeiro de 2020 entre os dois países.
Os carregamentos dos EUA em março do ano passado foram ainda mais impulsionados pela chuva que desacelerou a colheita e as exportações do Brasil, principal fornecedor de grãos da China.
Os dados da quarta-feira mostraram que as importações de soja do Brasil em março foram de 2,87 milhões de toneladas, acima das 315.334 toneladas do ano anterior.
A China trouxe 6,37 milhões de toneladas da oleaginosa do Brasil no primeiro trimestre, um aumento de 370% em relação a 1,35 milhão de toneladas no ano anterior.
Atrasos no envio após o furacão Ida nos EUA cortaram a janela de exportação de cargas americanas no ano passado. Assim, os compradores chineses, cujo apetite foi freado pelas baixas margens de esmagamento, cortaram as importações dos EUA e esperaram pela colheita brasileira.
No entanto, uma seca atingiu a nova safra do Brasil este ano, cortando a produção e atrasando alguns embarques. À medida que os preços das cargas brasileiras subiam, os compradores chineses se voltaram para a soja dos EUA.
Os chineses poderiam comprar mais dos EUA pela vantagem de preço, apesar da temporada de exportação de cargas brasileiras, disseram traders.
As fracas margens de esmagamento, afetadas pelas fracas margens de suínos, continuam a pesar nas compras de soja.
Os agricultores da principal província produtora de Sichuan, no sudoeste, agora perdem cerca de 240 iuanes (37,51 dólares) em cada porco criado, o que reduz a demanda para ração e farelo de soja.
As margens de suínos da China pairaram, de forma geral, em território negativo desde meados do ano passado.
(Por Hallie Gu e Dominique Patton)