Por Dominique Patton
PEQUIM (Reuters) - As importações chinesas de soja saltaram em maio em relação a abril, com os compradores adquirindo a colheita do Brasil, mas o volume ainda ficou estável ante igual mês do ano passado, apesar das preocupações do mercado com a guerra comercial com os Estados Unidos.
A China, maior compradora mundial de soja, importou 9,69 milhões de toneladas da oleaginosa em maio, acima dos 6,9 milhões de toneladas de abril, mas apenas 1 por cento a mais do que em maio do ano passado, mostraram dados da alfândega nesta sexta-feira.
As remessas --o maior número mensal desde julho-- ocorreram um mês depois que Pequim ameaçou impor uma tarifa adicional de 25 por cento sobre as importações de soja dos Estados Unidos, em meio a uma escalada na tensão comercial, fazendo com que alguns compradores se apressassem em assegurar suprimentos.
No entanto, com as chegadas de maio sazonalmente dependentes dos produtores do Hemisfério Sul, particularmente do Brasil, o maior exportador, os números de importação mostraram pouco impacto geral.
A China importa 60 por cento da oleaginosa comercializada no mundo inteiro para produzir ração animal para seu rebanho maciço de gado, com cerca de um terço vindo tipicamente dos Estados Unidos.
Os dados preliminares não detalham o país de origem das importações.
"Está em linha com nossas expectativas. Maio é sempre maior que abril, porque em maio nós vemos grandes desembarques do Brasil", disse o analista da Cofco Futures, Yang Linqin.
Pequim ameaçou tarifas maiores sobre a soja dos EUA em 4 de abril, levando os compradores a buscar oferta no Brasil, embora ela possa vir nos próximos meses.
"Com temores de guerra comercial, os compradores devem tentar comprar tanta soja brasileira quanto puderem", disse um analista de uma companhia internacional.