PEQUIM (Reuters) - A China importou menos soja em março do que um ano antes, mostraram dados alfandegários nesta quarta-feira, já que o mau tempo atrasou as exportações do Brasil e as baixas margens de esmagamento reduziram a demanda.
O maior importador mundial de soja comprou 6,35 milhões de toneladas da oleaginosa em março, uma queda de 18% em relação às 7,77 milhões de toneladas em igual mês de 2021, mostraram dados da Administração Geral de Alfândegas.
Os embarques dos primeiros três meses do ano caíram 4,2% em relação ao ano anterior, para 20,28 milhões de toneladas, segundo os dados.
"A oferta estava apertada em março e a demanda por farelo de soja foi cortada", disse um gerente de um grande esmagador na China.
"É difícil dizer quando o aperto vai diminuir. Depende muito do que os produtores de ração pensam", disse o gerente, referindo-se à demanda do setor pecuário.
Os preços do farelo de soja na China subiram desde o início do ano para máximas recordes no final de março, com a oferta de grãos apertada após a seca atingir a safra do Brasil, principal fornecedor, atrasando sua colheita. Mais recentemente, os preços recuaram dos patamares recordes.
Já as margens de esmagamento da soja para entrega no período de maio a julho ficaram em torno de -200 iuanes a -300 iuanes (menos 31 dólares a menos 47 dólares) por tonelada, desencorajando a compra para entrega futura.
As importações chinesas de óleos vegetais de janeiro a março caíram 62,8% em relação ao ano anterior, para 1,047 milhão de toneladas. As importações de março atingiram 307.000 toneladas, queda de 61%, também mostraram dados alfandegários.
(Por Hallie Gu e Dominique Patton)