NOVA DÉLHI (Reuters) - As importações de petróleo da Índia junto a Arábia Saudita e Iraque atingiram um pico em mais de uma década no último mês, conforme os maiores produtores da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) ganharam mercado às custas das vendas da América Latina, em uma confirmação da política do cartel de manter a produção para ganhar participação no mercado.
Preços competitivos e menores distâncias para o envio de navios estão dando aos membros da Opep no Oriente Médio uma vantagem na Índia, o terceiro maior importador de petróleo do mundo.
A Arábia Saudita foi o maior fornecedor da Índia em janeiro, com volumes subindo 29 por cento ante o mesmo mês um ano atrás, para cerca de 940 mil barris por dia (bpd), mostram dados de navios obtidos com fontes e dados compilados pela Thomson Reuters Oil Research & Forecast nesta sexta-feira.
Logo atrás estão os iraquianos, com 930 mil bpd, alta de 52 por cento ante os níveis de janeiro passado.
As taxas diárias de ambos os países estão no maior nível desde ao menos 2001, segundo dados disponíveis no terminal Eikon da Thomson Reuters.
Em contraste a isso, as importações junto à América Latina caíram cerca de 25 por cento ante um ano antes, para 706 mil bpd, mostram os dados.
"Vamos desacelerar as compras de petróleo da América Latina e elevamos o suprimento do Oriente Médio", disse o diretor da Mangalore Refinaria e Petroquímicos, H. Kumar.
Refinarias indianas dizem que elevaram importações do Oriente Médio após o Brent subir frente ao preço de referência de Dubai, tornando o petróleo precificado por esse índice mais atrativo.
Além disso, o Iraque tem dado descontos que podem chegar a mais de 1 dólar o barril para compensar mudanças na qualidade do petróleo, disseram fontes do mercado.
(Por Nidhi Verma, reportagem adicional de Florence Tan em Cingapura)