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Indústria de trigo do Brasil vê americano mais competitivo em cota sem tarifa

Publicado 20.03.2019, 19:16
Atualizado 20.03.2019, 19:20
© Reuters. .

Por Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) - A depender da competitividade e da tradição em vender ao Brasil, os produtores e exportadores dos Estados Unidos deverão levar a maior parte de uma cota sem tarifa de 750 mil toneladas/ano do cereal produzido fora do Mercosul, disse o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Trigo (Abitrigo) nesta quarta-feira.

Na véspera, em comunicado conjunto entre Brasil e Estados Unidos, por ocasião da visita do presidente Jair Bolsonaro a Washington, foi informado que os brasileiros abririam a cota sem tarifa aos norte-americanos, como parte das negociações agrícolas.

Nesta quarta-feira, contudo, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, esclareceu que a cota sem a tarifa de 10 por cento é para todos os países fora do Mercosul, não apenas para os EUA.

"No comunicado saiu como algo fechado (para os EUA)... Fiquei surpreso pela nota, que era só americano, mas acho que vai prevalecer a posição da ministra. Agora, a americano é mais competitivo", disse Rubens Barbosa, presidente da Abitrigo, em entrevista à Reuters.

"Do ponto de vista nosso (da indústria de moagem de trigo), quanto mais competição melhor, para nós não tem problema", disse Barbosa, salientando a importância de o setor contar com a maior diversificação de origens.

Ele ressaltou ainda que quando o Brasil trouxe as primeiras cargas de trigo da Rússia, no ano passado, isso ajudou diminuir a pressão de preços pelos vendedores, algo benéfico para a indústria moageira.

De outro lado, integrantes do setor agrícola no Brasil e Argentina, e exportadores do país vizinho, o principal fornecedor de trigo aos brasileiros, estão preocupados com a cota sem tarifa, que competirá com seu produto.

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No ano passado, das 6,8 milhões de toneladas que o Brasil importou, um volume de 5,9 milhões de toneladas de trigo veio da Argentina e 330 mil do Paraguai, com os EUA vendendo 270 mil toneladas, apesar da tarifa --os demais países forneceram volumes menores.

Barbosa lembrou que a cota sem tarifa era um compromisso do Brasil da Rodada do Uruguai, de 1994.

"Parece que está decidido, como era um compromisso antigo brasileiro, vão colocar em vigor imediatamente", disse Barbosa, acreditando que a implementação dependerá de uma publicação oficial do Ministério da Agricultura.

A propósito das negociações agrícolas com os EUA, a ministra da Agricultura brasileira não se mostrou muito satisfeita com os resultados da missão a Washington, especialmente no que diz respeito à carne bovina in natura, que continua barrada pelos norte-americanos.

USO DA COTA

Para a analista Ana Luiza Lodi, da consultoria INTL FCStone, a viabilidade de uso da cota sem tarifa dependerá das condições de preços.

Ela ponderou que para uma análise mais completa seriam necessários todos os detalhes de funcionamento da cota, ainda não divulgados.

Fontes da indústria presentes ao evento da INTL FCStone nesta quarta-feira disseram que tal cota, de fato, é a princípio negativa para o agricultor brasileiro.

Para uma fonte da indústria, porém, se a cota valesse de abril a julho, por exemplo, o impacto para o produtor seria menor, pois a colheita no Brasil só se dá a partir de agosto. Dessa forma, o produto extra Mercosul livre de tarifa não concorreria diretamente com o cereal nacional.

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Outra fonte avaliou que, com a cota, ampliaria-se o leque de origens de trigo, o que traria alguns benefícios.

"Vejo alguma vantagem, pois daria para se importar mais variedades e se compor uma mescla de trigos de melhor qualidade. Melhoraria até a farinha", disse essa fonte, representante de um grande moinho, pedindo anonimato dada a sensibilidade do assunto.

Conforme dados da INTL FCStone, de 2010/11 para cá, as vendas de trigo dos EUA ao Brasil só superaram a marca de 750 mil toneladas, com tarifas, em momentos de reduzida oferta na Argentina. Foram quatro ocasiões: 2012/13, 2013/14, 2014/15 e 2016/17.

A consultoria, aliás, projeta uma redução nas importações brasileiras de trigo a 5,7 milhões de toneladas em 2019/20 (agosto a julho), de 7 milhões em 2018/19, uma vez que espera um aumento de mais de 15 por cento na safra nacional que será plantada nas próximas semanas.

(Por Roberto Samora; com reportagem adicional de José Roberto Gomes)

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