HOUSTON (Reuters) - A perfuração de petróleo em águas profundas pode ser cara, levar tempo e ser difícil de vender a investidores. Mas as principais empresas de energia do mundo estão recomeçando sua busca por campos gigantescos de petróleo sob o oceano após uma pausa de dois anos.
Uma recuperação nos preços do petróleo para cerca de 50 dólares por barril, após uma mínima de 12 anos em 2016, está revivendo o apetite de grandes petroleiras a riscos.
Reduções nos custos de produção offshore significam que alguns projetos serão capazes de competir com os campos de óleo de xisto dos EUA, disseram executivos durante uma conferência de energia em Houston nesta semana.
A recuperação na indústria até o momento tem estado focada na produção de xisto do maior campo de petróleo dos EUA, a bacia Permiana.
"A nossa competição ao longo dos últimos anos evoluiu de 'nós queremos ser os melhores em águas profundas' para 'nós queremos competir com xisto' para 'queremos superar a bacia Permiana'", disse o vice-presidente executivo de águas profundas da Royal Dutch Shell, Wael Sawan, durante uma entrevista.
Empresas como a Shell e a Exxon Mobil (NYSE:XOM), que se especializam na complexa exploração offshore, cortaram seus orçamentos após os preços do petróleo despencarem em 2014. Os cortes de gastos foram tão drásticos que a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), baseada em Paris, alertou nesta semana sobre uma iminente crise de oferta a partir de 2020.
(Por Ron Bousso; reportagem adicional de Ernest Scheyder)