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Indústria vê queda na produção de ração no Brasil no 1º semestre e perspectiva negativa

Publicado 18.09.2018, 11:42
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Por Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) - A produção de rações e sal mineral do Brasil provavelmente fechou o primeiro semestre em queda, e as perspectivas para o ano, que inicialmente eram de um crescimento de até 3 por cento, agora são mais turvas, avaliou um representante da indústria em entrevista à Reuters.

A redução nas expectativas de produção e exportação de carnes pelo Brasil, em meio a uma economia fragilizada e diante de alguns embargos internacionais --como o imposto pela União Europeia ao frango--, tem tido consequência direta no total produzido de ração.

Enfrentando custos mais altos com matérias-primas como milho e farelo de soja, a indústria de carnes não tem conseguido repassá-los aos seus preços. Além disso, o setor ainda sofre os impactos da paralisação dos caminhoneiros em maio.

"Toda a expectativa, lamentavelmente, não se deu. No primeiro semestre, a sensação é de recuo na produção de ração", disse o vice-presidente-executivo do Sindirações, Ariovaldo Zani, observando que não poderia adiantar os números dos primeiros seis meses, pois eles não estão fechados.

A produção de ração do Brasil somou um recorde de cerca 68,6 milhões de toneladas no ano passado, segundo o Sindirações, entidade que representa a indústria, enquanto o volume produzido de sal mineral atingiu 2,8 milhões de toneladas.

Em abril, após o embargo à carne de frango do Brasil pela UE, Zani ainda tinha uma visão de que poderia haver algum crescimento na produção, ainda que menor do que o previsto inicialmente. Mas o cenário agora está pior.

"Colocando uma pequena dose de otimismo, quem sabe a gente empata (a produção de ração com 2017). Se empatar, vamos celebrar", disse ele, contabilizando nesta conta a produção de ração e a de sal mineral.

"É possível que haja retrocesso", alertou o dirigente, ponderando que, excluindo o sal mineral, que tem tido um melhor desempenho em 2018, o cenário é mais negativo para a indústria.

A conjuntura desse setor é um importante indicador para a agricultura, uma vez que 60 por cento ração é feita com milho e pouco mais de 20 por cento do produto é composto por farelo de soja. Uma queda na produção poderia ampliar os estoques de milho, por exemplo.

Segundo Zani, é possível alguma recuperação no segundo semestre, mas ainda em ritmo insuficiente para um crescimento do setor em 2018, após a indústria de carnes do Brasil, o maior exportador mundial de frango, passar a estimar em agosto uma queda de até 2 por cento em volume de produção e reduzir previsão de aumento da produção de carne suína para apenas 1 por cento.

Outro fator que tem influenciado negativamente a produção de rações é o custo das matérias-primas. No caso do milho, uma quebra de safra sustentou as cotações, além do câmbio, que tem ajudado também nas cotações do farelo de soja.

O farelo de soja, por sua vez, tem registrado volumes de exportação recorde, o que ajuda reduzir estoques em momento de demanda menor pela indústria brasileira. O preço da soja subiu diante da demanda histórica da China pelo grão.

O preço do milho, segundo o indicado Esalq/BM&FBovespa, está cotado em 40,87 reais por saca, alta de cerca de 40 por cento ante o mesmo período do ano passado. Já a soja, matéria-prima do farelo, está oscilando perto dos maiores níveis da história.

Não bastasse a alta dos custos das matérias-primas, a indústria brasileira está enfrentando despesas adicionais com transporte, após a implementação da tabela de frete rodoviário, criada na esteira da paralisação dos caminhoneiros em maio.

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Os bloqueios nas estradas, aliás, causaram mortandade de animais que impactaram negativamente na demanda de ração neste ano, lembrou Zani.

(Por Roberto Samora)

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