GENEBRA (Reuters) - O Irã não tem planos de sair da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep), apesar de ser tratado como um inimigo pelos outros membros, afirmou o ministro de Petróleo do país, Bijan Zanganeh, em entrevista publicada neste sábado.
“O Irã não tem planos de sair da Opep... e lamenta que alguns membros da Opep tenham transformado esta organização em um fórum político para confrontar dois membros fundadores da Opep, o Irã e a Venezuela”, disse Zanganeh ao site iraniano Icana.
“E dois países regionais estão mostrando inimizade contra nós nesta organização. Não somos o inimigo deles, mas eles estão mostrando inimizade contra nós... e eles usam o petróleo como arma contra nós no mercado global e no mundo.”
Zanganeh não nomeou os dois países.
Tensões entre Irã e Arábia Saudita e Emirados Árabes --ambos aliados dos Estados Unidos-- cresceram este ano, depois que os dois países disseram que aumentariam a produção de petróleo para compensar o óleo bruto iraniano retirado do mercado pelas sanções norte-americanas impostas ao Irã.
Na sexta-feira, a administração do presidente dos EUA, Donald Trump, acrescentou o maior grupo petroquímico do Irã à lista de sanções, acusando-o de indiretamente apoiar a Guarda Revolucionária de Teerã. Washington afirmou que a medida busca secar as receitas da força militar de elite iraniana, mas analistas chamaram-na de amplamente simbólica.
Zanganeh também teria dito, segundo o Icana, que os Estados Unidos estão tornando cada vez mais difícil para o Irã driblar as sanções, mas o país encontrou novas maneiras de contorná-las mesmo assim.
“Pensamos em confrontar as ações dos EUA e constantemente encontramos e encontraremos novas maneiras, e de qualquer forma, isso é uma guerra na qual estamos firmes e não vamos recuar”, disse, sem elaborar.
A administração Trump busca isolar o Irã por causa dos seus programas nuclear e balístico, assim como pelo apoio a grupos na Síria, Iraque, Líbano e Iêmen.
(Reportagem de Babak Dehghanpisheh)