DUBAI (Reuters) - A produção de petróleo do Irã voltará, dentro de dois meses, aos níveis vistos antes das sanções ocidentais, disse um vice-ministro nesta terça-feira, no que pode ser entendido como um sinal de que o país poderia estar disposto a unir forças com outros países produtores para sustentar os preços na próxima vez que a Opep se reunir.
As conversas no domingo entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e países de fora do grupo para congelar produção não tiveram resultados, após a Arábia Saudita insistir que todos os membros do cartel, incluindo o Irã, deveriam participar de um acordo com produtores não integrantes do grupo.
O Irã está preocupado com o excesso de oferta global e com os preços baixos da commodity, mas está elevando sua produção para tentar recuperar fatia de mercado após o fim, em janeiro, das sanções ocidentais contra seu programa nuclear.
A agência estatal de notícias Irna citou o vice-ministro Rokneddin Javadi dizendo que os níveis anteriores às sanções serão obtidos até o final do mês iraniano do Khordad, que cai em 20 de junho.
A declaração dele e comentários de fontes do setor de petróleo do Irã indicam que a próxima reunião da Opep em Viena em 2 de junho poderá ter o Irã com disposição de unir-se a qualquer novo esforço de restringir oferta.
"O Irã irá participar de qualquer esforço (para reequilíbrio do mercado) assim que alcançar uma produção em níveis anteriores às sanções", disse uma fonte familiarizada com as políticas iranianas.
(Por Bozorgmehr Sharafedin e Alex Lawler, em Londres)