SÃO PAULO (Reuters) - A elétrica italiana Enel (MI:ENEI) quer mais prazo para se habilitar ao leilão de hidrelétricas existentes, agendado para 25 de novembro, no qual o governo federal espera arrecadar até 17 bilhões de reais com a cobrança de bônus de outorga junto aos vencedores.
O Brasil vem se esforçando para atrair estrangeiras para a licitação, com o prazo para cadastro de empresas do exterior tendo sido ampliado duas vezes, para até 6 de novembro, mas a Enel pediu nova postergação, para envio dos documentos necessários até 13 de novembro.
Em carta à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Enel afirmou que "sua participação no leilão se daria através de consórcio com outra empresa do mesmo grupo com operações no exterior", a Enersis, do Chile, que conta com experiência exigida pelas regras.
No Brasil, a Enel controla as distribuidoras de energia Ampla e Coelce, que atuam no Rio de Janeiro e no Ceará, e possui ativos de geração, mas não atende sozinha aos requisitos técnicos estabelecidos para o leilão, que incluem exigência de experiência na operação de hidrelétricas semelhantes às que terão a concessão ofertada.
A empresa ressaltou na carta que, como "um dos líderes globais do mercado de energia elétrica... tem interesse em expandir sua atuação no setor (elétrico) brasileiro".
Em correspondência anterior, datada de 23 de outubro, a Enel havia pedido uma postergação de 20 dias na data do leilão, até então marcado para 6 de novembro. O pleito foi atendido, com agendamento da concorrência para 25 de novembro.
Ao reagendar o leilão, o governo alegou que atendeu pedidos das empresas por mais tempo para se preparar para o certame.
Na carta, a Enel afirmou que o adiamento daria mais prazo para a conclusão de análises técnicas e ambientais dos ativos que serão ofertados, bem como para "estruturação de recursos financeiros para participação" e obtenção de aprovações societárias.
O certame tem atraído o interesse dos investidores estrangeiros, com a chinesa Three Gorges tendo também enviado correspondências recentemente à Aneel sobre o interesse no certame, no qual mira hidrelétricas cuja concessão pertencia à estatal paulista Cesp (SA:CESP5).
(Por Luciano Costa)