BRASÍLIA (Reuters) - O Plano Safra para financiamento da agricultura na temporada 2015/16 deverá ter taxas de juros reais "praticamente neutras", e os recursos destinados a custeio das lavouras não sofrerão cortes em função do ajuste fiscal promovido pelo governo, disse nesta segunda-feira a ministra da Agricultura, Kátia Abreu.
A ministra, que se reuniu com a presidente Dilma Rousseff na manhã desta segunda-feira, sinalizou que as taxas de juros do Plano Safra 2015/16, a ser anunciado em 19 de maio, devem acompanhar a inflação, resultando em pequeno ou nenhum aumento nas taxas reais para o produtor.
"As taxas de juros serão praticamente neutras, como foram no ano passado", disse ela a jornalistas.
"O produtor rural, ele não pode estar excluído da nação brasileira. As outras empresas do Brasil estão aí com taxas de juros de mais de 12 por cento. Então eu acredito que taxas de juros entre 8,5 por cento e ate 9 por cento estão muito compatíveis com o nível de inflação de 8,5 por cento. Isso não está fugindo", argumentou.
Segundo a ministra, Dilma tem acompanhado "pessoalmente" os volumes, taxas e termos do plano a serem anunciados em maio e deixou "claro" à equipe responsável pelo programa que o ajuste fiscal não implicará em redução de recursos para custeio e defesa agropecuária.
"Defesa agropecuária é prioridade. Plano Safra, no que diz respeito a custeio, é a máquina que gira a agricultura", afirmou a ministra.
O Plano Safra 2014/15 teve volume recorde de 156,1 bilhões de reais, com taxa de juros média de 6,5 por cento ao ano.
(Por Maria Carolina Marcello)