Por Luciano Costa
SÃO PAULO (Reuters) - O leilão de energia A-4 realizado nesta quarta-feira pelo governo brasileiro fechou a contratação de 1 gigawatt em novas usinas de geração, após cerca de duas horas e meia de uma acirrada disputa entre investidores que levou o preço médio final de compra da produção futura dos empreendimentos a um patamar 59 por cento inferior aos valores máximos propostos para o certame.
Os projetos viabilizados, que precisarão entrar em operação até janeiro de 2022, deverão receber investimentos de cerca de 5,3 bilhões de reais, segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), responsável por operacionalizar a licitação.
O montante contratado foi quase o dobro das expectativas do mercado antes do pregão, mas mesmo a demanda maior não reduziu a competição entre os investidores de geração, que buscavam os contratos de longo prazo oferecidos pelo certame, de entre 20 e 30 anos.
Com isso, usinas eólicas e solares registraram o menor valor final de venda da energia já visto nas licitações realizadas pelo país.
As usinas solares, que responderam pela maior parte da contratação, com 806,6 megawatts em capacidade, praticaram preços entre 117 e 118 reais, contra um recorde anterior de 143,50 reais, registrado no final do ano passado. O resultado representou deságio de cerca de 60 por cento.
As eólicas, que viabilizaram 114,4 megawatts em projetos, tiveram deságio de mais de 70 por cento, ao venderem a produção futura por 67,60 reais por megawatt-hora, muito abaixo dos cerca de 97 reais vistos em um leilão do ano passado, o menor preço já praticado até então.
O certame contratou ainda 61,8 megawatts em térmicas a biomassa e 41,6 megawawtts em pequenas hidrelétricas, com deságios também expressivos, de 40 e 30 por cento, respectivamente.