CIDADE DO CABO (Reuters) - A Guiné espera começar um leilão pelos direitos minerários de metade da reserva de Simandou --uma das maiores áreas inexploradas de minério do mundo-- nos próximos dois meses, independentemente da arbitragem em curso com a detentora anterior da concessão, a BSG Resources (BSGR), disse o ministro de Mineração do país.
A BSGR, a unidade de mineração do conglomerado empresarial do bilionário israelense Beny Steinmetz, cuja licença de Simandou foi cassada após uma investigação do país, está buscando arbitragem e ameaçou processar empresas que investirem em sua antiga área.
"Estamos completando os documentos para o leilão. Acredito que esses documentos estarão prontos nos próximos dois meses", disse o ministro Kerfalla Yansane à Reuters em uma entrevista durante a conferência Mining Indaba, na África do Sul.
"Não há nenhuma ligação entre a arbitragem e o leilão. Esses ativos pertencem ao governo."
A BSGR rejeitou acusações de irregularidades.
O ministro também disse que as empresas, incluindo a trading Glencore e a produtora de aço ArcelorMittal tinham discutido potenciais investimento no país.
A Guiné está agora negociando com a ArcelorMittal, que no ano passado adquiriu uma fatia do projeto Mount Nimba, de minério de ferro na Guiné, da BHP Billiton, sobre a possibilidade de permitir que a empresa exporte ferro através de uma rota que atravessa vizinha Libéria.
(Reportagem de Silvia Antonioli)