CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - O leilão de áreas exploratórias de petróleo e gás do México teve apenas dois blocos arrematados dos primeiros sete ofertados nesta quarta-feira, após terem sido oferecidos para a disputa metade das áreas que estão previstas na licitação, que marca uma abertura histórica da indústria após anos de nacionalização.
Ambos os contratos arrematados ficam em água rasas e foram concedidos para o mesmo consórcio, formado pela Sierra Oil & Gas, Premier Oil e Talos Energia. Em um deles, o consórcio ofereceu 55,99 por cento dos lucros antes dos impostos para o Estado, enquanto no outro foram oferecidos 68,99 por cento.
Para que o leilão fosse bem sucedido, o Ministério de Energia disse anteriormente que seria necessário que fossem arrematados pelo menos 30 por cento, ou cinco contratos, dos 14 em oferta. Os blocos que não forem concedidos podem ser ofertados novamente em uma data posterior, explicou.
No Brasil, o leilão do México trouxe bastante apreensão para a indústria, uma vez que está sendo realizado poucos meses antes da 13ª Rodada de Licitação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), marcada para 7 de outubro.
O setor no Brasil, já bastante baqueado com o escândalo de corrupção que prejudicou a Petrobras (SA:PETR4) e a cadeia petrolífera como um todo, teme que o México possa se tornar um país mais atrativo para investimentos em detrimento do Brasil.
A fase inicial da chamada Rodada Um de licitação do México, a primeira das cinco fases que vão leiloar 169 blocos de óleo e gás, vem em um momento de preços do petróleo internacionais baixos e uma queda de uma década da produção mexicana.
Um total de 34 empresas, em consórcios ou sozinhas, foram pré-qualificadas para a licitação do primeiro conjunto de 14 áreas em águas rasas no modelo de partilha de produção, incluindo gigantes como ExxonMobil e Chevron. No entanto, nove licitantes foram registrados para essa primeira fase.
Os 14 contratos abrangem áreas com reservas provadas, prováveis e possíveis (3P) de cerca de 3,8 bilhões de barris de óleo equivalente (boe), cujo levantamento de informações foi possível graças a perfuração anterior pela empresa estatal de petróleo Pemex.
(Reportagem de Adriana Barrera e David Alire Garcia)
(Por Adriana Barrera e David Garcia Alire)