SÃO PAULO (Reuters) - A prisão do banqueiro André Esteves, do BTG Pactual (SA:BBTG11), foi convertida de temporária em preventiva pelo Supremo Tribunal Federal, a pedido da Procuradoria Geral da República, de acordo com informações da mídia brasileira neste domingo.
Esteves poderia deixar a prisão, mas, com a decisão o ministro do STF Teori Zavascki, continuará preso.
Não foi possível confirmar imediatamente a informação no STF.
Esteves foi preso na última quarta-feira por suspeita de que teria agido para obstruir uma investigação sobre possíveis subornos apurados pela operação Lava Jato, que investiga o maior esquema de corrupção do país.
O pedido de conversão da prisão temporária em preventiva foi apresentado ao STF no sábado, pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, segundo nota oficial da procuradoria.
Janot também fez o mesmo pedido referente a Esteves para o assessor do senador Delcidio do Amaral, Diogo Ferreira, também preso.
Para o procurador, "há ofensa gravíssima à ordem pública diante da conduta dos dois investigados".
"Conforme o pedido de prisão preventiva, os objetos apreendidos na quarta-feira e depoimentos prestados por investigados demonstram evolução em desfavor de André Esteves", disse nota da procuradoria.
O advogado que trabalha para André Esteves, Antonio Carlos de Almeida Castro, disse que não tinha informação sobre a decisão do STF.
Mais cedo, ele disse ter feito uma petição ao STF para que o banqueiro fosse liberado após o prazo de cinco dias prisão temporária, emitida em 25 de novembro.
"Ele já testemunhou e, até agora, não há nada que indique que ele deve permanecer na prisão", afirmou Castro.
O advogado negou as acusações, que incluem conspiração com o senador da base governista para evitar que uma testemunha chave, o ex-diretor da Petrobras (SA:PETR4) Nestor Cerveró, envolvesse o banqueiro no escândalo de corrupção.
O ministro do STF afirmou, com base em documentos do MPF, que o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), também preso na última semana, teria oferecido ajuda financeira mensal de 50 mil reais à família de Cerveró, também um dos acusados no escândalo de corrupção.
O pagamento, segundo o MPF, seria feito por Esteves, do BTG Pactual.
Delcídio teria negociado oferta de fuga ao ex-diretor da Petrobras em troca de silêncio nas investigações e teria oferecido interferir politicamente em favor de Cerveró.
Ações e títulos do maior bando de investimento independente da América Latina, o BTG, caíram na última semana e alguns clientes fizeram retiradas da unidade de gestão de ativos do banco desde a detenção de Esteves.