Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) - A FS, maior produtora de etanol de milho do Brasil, teve lucro líquido de 1,485 bilhão de reais na safra 2021/22, aumento de 362,5% ante o ciclo anterior baseado em crescimento orgânico com aumento de capacidade operacional e por impulso dos preços mais altos do biocombustível, informou a companhia.
"A safra 2021/22 representou um excelente ano na nossa história, entregamos recordes de produção e resultados financeiros", afirmou o CEO da FS, Rafael Abud, em nota antecipada à Reuters.
Ele destacou ainda que a companhia, pioneira no uso de milho como matéria-prima para etanol no Brasil, tem ampliado operações em Mato Grosso com o início das obras da sua terceira planta industrial, além de expandir para novos segmentos, como a comercialização do cereal.
O processamento de milho aumentou 27,7% na safra 2021/22, para 3,276 milhões de toneladas, após operações de expansão da unidade de Sorriso, operando por 365 dias no ano fiscal, enquanto a usina de Lucas do Rio Verde operou por 355 dias.
A receita líquida da empresa cresceu 113,5% no comparativo anual, atingindo 6,6 bilhões de reais, enquanto o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) aumentou 126%, para 2,6 bilhões de reais.
A FS informou que deve inaugurar em junho de 2023 a sua terceira indústria de etanol de milho, no município de Primavera do Leste, também em Mato Grosso.
A unidade tem investimento previsto de 2 bilhões de reais, o que permitirá que a companhia se consolide como uma das maiores produtoras de etanol do Brasil, ultrapassando a marca de capacidade produtiva de 2 bilhões de litros de etanol anidro por ano.
Comercialização de milho
A FS disse que a grande escala de suas operações comerciais de etanol, milho e nutrição animal em Mato Grosso permitiu o desenvolvimento de atividades de comercialização do cereal e de etanol de terceiros, como novos negócios da empresa.
Dessa forma, a empresa passou a destacar e reportar como um segmento separado as operações de comercialização do milho.
A revenda de milho somou 222,6 mil toneladas no ano comercial, permitindo uma receita líquida do segmento de 285,6 milhões de reais, alta de 138,3% na comparação anual.