Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - Candidato a vice-presidente pela chapa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB) defendeu nesta quinta-feira que o maior entrave para o agronegócio brasileiro é a questão ambiental e que é necessário ampliar mercados para além da China.
“Hoje o maior perigo para o agro brasileiro é a devastação da Amazônia. Pode ser um entrave na venda para o mundo em razão das questões ambientais”, disse Alckmin em sua primeira conversa com jornalistas desde que assumiu o lugar na chapa com Lula.
Escalado para fazer uma ponte com o setor, ainda majoritariamente apoiador de Bolsonaro, o ex-governador revelou que a campanha discute também uma pauta de logística, com integração de modais e também ampliação de crédito, de seguro agrícola e de novos mercados.
“Estamos muito dependentes da China. Precisamos conquistar novos mercados. Se fizer acordo Mercosul-União Europeia dá um salto de mercados”, defendeu.
Como mostrou a Reuters, Lula pretende, caso seja eleito, revisar o acordo assinado pelo governo Bolsonaro que, até hoje, não foi adiante por resistência dos europeus a ratificá-lo, dado o crescimento do desmatamento e das queimadas na Amazônia no atual governo.
A posição da campanha do petista é de conversar sobre as questões ambientais, mas também pressionar os europeus para que cedam no mercado agrícola, já que a avaliação é de que o acordo foi excessivamente benéfico para os europeus.