Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, reuniu-se nesta segunda-feira com o presidente da Petrobras (BVMF:PETR4), Jean Paul Prates, e a ministra do Turismo, Daniela Carneiro, para discutirem medidas que busquem a redução das passagens aéreas no Brasil.
Sem dar detalhes, a pasta informou em nota à imprensa que o debate será ampliado junto a outros órgãos do governo federal, como o Ministério da Economia, entidades do setor e da aviação.
"Precisamos unir esforços para que nós possamos, dentro das regras de governança, fazer com que o Brasil volte aos tempos áureos do governo Lula, onde o povo brasileiro frequentava com muito mais facilidade os aeroportos e as viagens", disse Silveira na nota.
Do lado da Petrobras, os ajustes de preços de querosene de aviação (QAV) são mensais e definidos por meio de fórmulas contratuais negociadas com as distribuidoras, conforme explicou a petroleira no início do mês, ao realizar o reajuste de fevereiro, que elevou o preço do produto em 17%.
A política de preços da petroleira estatal vem gerando críticas da associação de empresas aéreas Abear, que argumenta que o produto segue parâmetros relacionados à paridade de importação, quando mais de 90% dele é produzido no país.
Em falas anteriores, Prates defendeu que mudaria a política de preços de combustíveis da Petrobras como um todo, que deixaria de se basear na paridade de importação, sem deixar de seguir indicadores internacionais. Mas ainda não detalhou como isso será feito.
O executivo, que tomou posse em janeiro, ainda trabalha com a diretoria da gestão anterior. Prates indicou cinco nomes para a diretoria da companhia, que estão em processo de checagens internas, e ainda poderá apontar novos executivos.
Já o Conselho de Administração da Petrobras segue com nomes indicados pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Os preços de venda de QAV praticados pela Petrobras, segundo a companhia explicou anteriormente, buscam equilíbrio com o mercado e acompanham as variações do valor do produto e da taxa de câmbio, para cima e para baixo, com reajustes aplicados em base mensal, mitigando a volatilidade diária das cotações internacionais e do câmbio.
A Petrobras comercializa o QAV produzido em suas refinarias ou importado apenas para as distribuidoras, que, por sua vez, transportam e comercializam os produtos para as empresas de transporte aéreo e outros consumidores finais nos aeroportos, ou para os revendedores.
Distribuidoras e revendedores são os responsáveis pelas instalações nos aeroportos e pelos serviços de abastecimento.
(Por Marta Nogueira)