SÃO PAULO (Reuters) - A moagem de cana-de-açúcar do centro-sul do Brasil, principal região produtora do país, alcançará 570 milhões de toneladas na nova temporada (2019/20), aumento de 1 por cento ante o registrado no ciclo passado, estimou nesta sexta-feira a consultoria Safras & Mercado, em sua primeira previsão para o novo ano.
O centro-sul responderá por 93,75 por cento da safra brasileira, que foi estimada pela Safras em 608 milhões de toneladas, ante 600 milhões de toneladas na temporada anterior.
O crescimento na produção de cana no centro-sul, cuja moagem começa oficialmente em abril, é justificado pelas chuvas benéficas registradas em fevereiro e que devem se prolongar por março e abril.
Segundo o analista de Safras & Mercado, Maurício Muruci, as precipitações têm potencial de recuperar os canaviais depois da estiagem verificada entre a segunda metade de dezembro e o final de janeiro.
Já a produção de açúcar do centro-sul foi estimada em 28 milhões de toneladas, 5,66 por cento acima de 2018/19. O Brasil no total deve produzir 30,3 milhões de toneladas da commodity, uma alta de 6,32 por cento, de acordo com relatório da consultoria.
"O crescimento esperado está relacionado com uma recuperação modesta nos preços internacionais neste início de 2019 e com a desvalorização do real frente ao dólar, além da queda projetada para a Índia, principal competidora brasileira no mercado global", disse Muruci.
Para o etanol, a expectativa é de uma produção total do país de 34,44 bilhões de litros, volume que, se confirmado, representará crescimento de 6,36 por cento na comparação com a temporada 2018/2019, puxado pelo hidratado, usados nos veículos flex.
"Com uma demanda muito firme para o biocombustível no país e com os preços da gasolina avançando no início do ano, as usinas devem continuar priorizando o etanol na matriz de produção", apontou Muruci.
Por outro lado, acrescentou ele, a oferta de etanol anidro tende a continuar caindo face ao consumo estagnado da gasolina.
Não foi possível falar imediatamente com a Safras sobre a diferença entre o crescimento da moagem e o salto esperado na produção de etanol e açúcar.
(Por Roberto Samora)