Investing.com – As oscilações acentuadas nas cotações de commodities como ouro e prata no curto prazo estão se tornado mais comuns, o que demonstra um “nervosismo crescente”, na visão do banco suíço Julius Bär, que divulgou nota sobre o tema aos clientes e ao mercado nesta quinta-feira, 11. Na visão do banco, as variações mais acentuadas ocorrem devido ao domínio dos traders especulativos de curto prazo e falta de buscadores de refúgios seguros. A cotação do ouro poderia subir se houvesse uma recessão mais ampla e duradoura, mas o mercado precifica uma recessão curta e superficial, completa a nota.
“Nossa visão permanece inalterada: salvo uma recessão de base mais ampla e duradoura, vemos mais desvantagens do que vantagens para o ouro e mantemos nossa visão cautelosa”, detalha o banco, ao indicar que segue neutro em prata.
Para Carsten Menke, chefe de pesquisa de próxima geração do Julius Bär, os mercados de ambas as commodities tiveram uma reação “surpreendentemente forte”, após a divulgação de dados de inflação ao consumidor americanas, mas com inversão, finalizaram o dia em retração.
O cenário segue o mesmo, para Menke, com ouro negociado acima de US$ 2.000 por onça, precificando uma possível recessão curta e superficial no mercado americano, além de uma mudança na política monetária do Federal Reserve.
“Provavelmente, isso também seria acompanhado por um retorno dos buscadores de portos seguros, o que colocaria os preços em uma base mais sólida. Embora os riscos de tal recessão tenham aumentado ultimamente, ainda acreditamos que ela pode ser evitada, considerando a resiliência geral da economia”.
Segundo Menke, as projeções de uma rápida reversão no entendimento do Fed levaram também a mudanças na relação ouro/prata, passando de mais de 90 no início de março para cerca de 80.