Por Marcelo Teixeira
NOVA YORK (Reuters) - A safra de café 2023/24 do Brasil, maior produtor e exportador mundial, foi projetada em 64 milhões de sacas de 60 quilos na sexta-feira pela trading Comexim, ou um aumento de 10,2% em relação à colheita anterior.
A Comexim, uma das maiores exportadoras de café brasileiro, disse que espera que as exportações do país na nova temporada cresçam 12,6% em relação à safra anterior, para 41,5 milhões de sacas.
Segundo a companhia, a produção brasileira de café arábica crescerá 15,8% em 2023/24 em relação à safra anterior, para 41,3 milhões de sacas, enquanto o segmento de café robusta deve aumentar apenas 1,3%, para 22,7 milhões de sacas.
O café arábica é a variedade mais suave preferida pelas cadeias de café de alta qualidade, como a Starbucks, enquanto o café robusta é usado principalmente para fazer café instantâneo.
A Comexim também revisou para baixo sua estimativa para a atual safra brasileira de 2022/23 para 58,05 milhões de sacas, de 63,2 milhões de sacas projetadas inicialmente.
"Talvez estivéssemos originalmente um pouco otimistas demais na recuperação e subestimamos os impactos climáticos", disse sobre a revisão.
A trading espera um aumento de 500 mil sacas no consumo brasileiro de café, para 22 milhões de sacas em 2023/24.
O Brasil é o segundo maior consumidor de café, depois dos Estados Unidos.
A Comexim projeta estoques apertados para a nova temporada, que começa em julho, em apenas cerca de 1 milhão de sacas, mas vê potencial para uma produção maior no Brasil na temporada 2024/25.
"Também é importante ressaltar que a safra de café 23/24 no Brasil é um ano fora do ciclo. Ou seja, se todos os fatores se encaixarem (preço, clima etc), podemos estar preparando o terreno para uma temporada 24/25 ainda maior", disse.
A produção de arábica no Brasil alterna anos de altos e baixos volumes. As fortes geadas de 2021 mudaram esse padrão, já que prejudicaram a safra 2022/23, que deveria ter sido de bienalidade positiva no ciclo.
(Reportagem de Marcelo Teixeira)