Por David Lawder
WASHINGTON (Reuters) - O principal negociador comercial de Agricultura dos EUA, Doug McKalip, quer que a China siga tentando cumprir seus compromissos de compras de bens dos EUA sob o acordo comercial “Fase 1” de 2020, mas disse à Reuters que também está buscando diversificar exportações além da maior consumidora de grãos norte-americanos.
Em sua primeira entrevista à imprensa na quinta-feira desde que foi confirmado pelo Senado em 23 de dezembro para o seu cargo de Representante Comercial dos EUA, McKalip disse que sua principal prioridade será abrir novos mercados para os produtos agrícolas.
“Eu acho que para o agricultor norte-americano é importante ter compradores diversos”, disse. “Precisamos desenvolver mais mercados.”
A China continuará como uma cliente importante, afirmou, um dia depois de dados comerciais do Departamento de Censo dos EUA mostrar que a China chegou a um valor recorde de 40,85 bilhões de dólares - quase um quinto das exportações agrícolas globais dos EUA, que também bateram recorde, com 213 bilhões de dólares.
Os valores das compras, auxiliados pelos preços mais altos dos grãos em parte por causa dos fornecimentos restritos pela guerra na Ucrânia, significam que a China teria cumprido o objetivo alinhado em 2020 pelo governo Trump no acordo comercial Fase 1 - metas que a China não havia conseguido cumprir nos três anos anteriores.
“Nós certamente gostaríamos de ver as compras deles mais próximas dos números máximos com os quais eles concordaram”, disse McKalip, sobre a China.
Ele acrescentou que o Representante Comercial dos EUA não “está pedindo um favor. Estamos apenas pedindo que eles façam o que se comprometeram a fazer quando assinaram a Fase 1”.
NOVOS MERCADOS, NOVOS PRODUTOS
Cada continente tem mercados potenciais para safras, grãos e outros produtos dos EUA, e a guerra na Ucrânia significa que a demanda por eles continuará alta, disse, mas há muitas outras novas oportunidades de exportação para perseguir.
“Estou interessado em cultivos especiais, orgânicos, biocombustíveis, todos os tipos de áreas emergentes da agricultura dos EUA que acho que são empolgantes e acho que os consumidores querem”, afirmou McKalip.
“Apenas precisamos nos assegurar que estejamos em uma posição na qual os outros governos não tenham barreiras” para esses produtos, acrescentou.
O Sudeste Asiático representa uma região importante para expandir as exportações agrícolas dos EUA, e MCKalip disse que pretende trabalhar para reduzir barreiras por meio das negociações da Estrutura Econômica do Indo-Pacífico do governo Biden.
Embora não se espere que as conversas terminem com reduções tarifárias, McKalip disse que discussões “de regulador para regulador” para melhorar os padrões de uso de terra e recursos hídricos, conservação e trabalho agrícola podem ajudar a nivelar as condições nessas negociações.
McKalip também disse à Reuters que pediu para o México explicar a ciência por trás da sua proibição ao milho geneticamente modificado, e que o Representante Comercial dos EUA também quer que o Canadá amplie o acesso dos EUA às suas cotas de importação de laticínios para resolver outro desafio comercial dos EUA.
(Reportagem de David Lawder)