Por Marco Aquino
LIMA (Reuters) - Em sua primeira semana no cargo, o novo governo de esquerda do Peru, comandado pelo presidente Pedro Castillo, foi rápido em estender uma mão amiga à China, a principal parceira comercial do país andino, e principal compradora do cobre do país, uma fonte crucial de receita tributária.
Desde a posse de Castillo no dia 28 de julho, autoridades do governo se reuniram com o embaixador chinês e com executivos de mineradoras chinesas para discutir não apenas políticas para o setor, mas também para fortalecer um acordo de livre comércio assinado pela primeira vez em 2009, segundo afirmaram fontes do governo à Reuters.
É esperado que o governo de Castillo direcione o país para a esquerda, após uma série de gestões de centro e de direita, embora a preservação de boas relações com a China seja uma prioridade para todos os últimos líderes peruanos, apontaram analistas.
"Isso não tem um caráter ideológico, tem caráter pragmático", disse Jorge Heine, professor de Relações Internacionais da Universidade de Boston e ex-embaixador chileno na China, em entrevista.
O Peru também possui um acordo de livre comércio com os Estados Unidos e há décadas é considerado um aliado dos Estados Unidos.
A política tributária da mineração será crucial para a China, cujas empresas são importantes mineradoras de cobre no Peru, o segundo maior produtor mundial do metal.
Castillo tem dito que quer receitas fiscais mais altas das companhias mineradoras, e irá potencialmente pressionar a revisão dos acordos de estabilidade de tributos, que impedem aumentos de impostos de muitas mineradoras.
(Reportagem de Marco Aquino)