Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A oferta de gás natural da Petrobras (SA:PETR4) em sua malha de gasodutos no Brasil vai crescer cerca de 23 por cento em 2017, ante 2016, para 54 milhões de metros cúbicos por dia, com o impulso do pré-sal, afirmou nesta terça-feira o gerente executivo de gás natural da empresa, Rodrigo Costa.
No ano passado, essa oferta de gás da estatal na malha de gasodutos foi de aproximadamente 44 milhões de metros cúbicos por dia, apontou o executivo.
Já a projeção para 2018, segundo Costa, está em fase de elaboração e será apresentada na atualização do plano de negócios da Petrobras para o período 2018-2022, que deverá ser publicado em breve pela companhia.
"Essa oferta inclui Petrobras e parceiros, ou seja, é o gás disponibilizado na malha pela Petrobras. Hoje a Petrobras compra o gás dos parceiros, sendo 80 por cento do gás nosso e 20 por cento dos parceiros. Esses 20 por cento compramos e ofertamos na malha", disse ele, a jornalistas, em evento na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). O executivo ressaltou que há um ciclo crescente de expansão da oferta do insumo no país.
"Esse saldo de 10 milhões (por dia) a mais em um ano é justamente pela ampliação da oferta do pré-sal via Rota 2", explicou o executivo.
A produção de gás natural do Brasil em outubro cresceu 0,5 por cento em relação ao mês anterior e 5,6 por cento ante outubro de 2016, para 115 milhões de metros cúbicos por dia (m³/d), segundo os dados mais recentes da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Costa ponderou que, apesar da perspectiva de aumento de oferta nos próximos anos, o Brasil continuará sendo importador do insumo para atender a demanda interna ao menos até 2026.
Em 2019, vence o contrato de importação do gás da Bolívia e, negociações entre representantes de empresas de ambos os países estão em andamento para tratar dos novos termos e condições do compromisso.
"Teremos uma redução da importação, mas o balanço ainda será importador", disse ele, sem detalhar como andam as negociações.
O executivo da Petrobras prevê entregar em 2020 todo o sistema da Rota 3, conjunto de dutos, gasodutos e a Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) do projeto Comperj, no Rio de Janeiro.
Costa ressaltou ainda que com as mudanças no mercado de gás previstas no programa do governo federal Gás para Crescer a estatal continuará sendo um player relevante no mercado, porém deixará de ser o garantidor do suprimento nacional.
"Seremos relevantes, os parceiros vão ter a possibilidade de ofertar o gás na malha", concluiu.