SÃO PAULO (Reuters) - A carga de energia do sistema interligado do Brasil deverá subir 2,5 por cento em outubro na comparação com igual mês do ano passado, estimou nesta sexta-feira o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) em relatório, com projeção de forte alta de consumo no Sul e retração apenas no Nordeste.
Já as previsões de chuvas na área das hidrelétricas, principal fonte de geração do país, não são muito otimistas. O ONS espera chuvas em 79 por cento da média histórica no Sudeste e de apenas 31 por cento no Nordeste, regiões que concentram os maiores reservatórios.
Com essas perspectivas de maior demanda e chuvas fracas, o custo marginal de operação do sistema em outubro foi previsto pelo ONS em uma média de 709,90 reais por megawatt-hora, apenas ligeiramente abaixo dos 725,70 reais da semana anterior.
Segundo o relatório do ONS, o atendimento à carga em outubro deve exigir o acionamento de termelétricas com custo de operação acima dos 610 reais, o que sinaliza que deverá haver o acionamento da bandeira tarifária vermelha em segundo patamar nas contas de luz, ante bandeira amarela atualmente.
As bandeiras sinalizam para os consumidores o custo de operação do sistema. Se a condição é favorável, ela é verde, mas se a oferta de energia cai são acionadas as bandeiras amarela e vermelha, em primeiro ou segundo patamar, que geram cobranças adicionais.
A bandeira vermelha em seu segundo nível significa um adicional de 3,50 reais a cada kilowatt-hora, ante 2 reais na bandeira amarela atualmente vigente.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deverá divulgar ainda nesta sexta-feira a bandeira tarifária que irá vigorar em outubro nas contas de luz.
(Por Luciano Costa)