Investing.com – A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) estaria pensando a respeito da possibilidade de aprofundar os cortes na produção devido à produção norte-americana ser maior do que se esperava, afirmou Bijan Zanganeh, ministro iraniano do petróleo, nesta quarta-feira.
"O aumento da produção de petróleo dos EUA foi imprevisível e esse aumento é maior do que os membros da OPEP haviam projetado", admitiu Zanganey, de acordo com informações da IRIB, rede estatal de comunicações do país.
"Estamos consultando outros membros da OPEP para nos prepararmos para uma nova decisão", afirmou.
Preços do petróleo estão sob pressão nas últimas semanas devido a preocupações com a crescente produção de shale oil nos EUA, que pode neutralizar os cortes na produção de membros da OPEP e países externos à organização.
Exploradores de petróleo nos EUA aumentaram o número de sondas pela 22ª semana seguida, ampliando a recuperação de um ano na atividade de extração e a levando ao maior nível desde abril de 2015, o que significa que ganhos adicionais na produção doméstica estão a caminho.
O aumento da atividade de extração nos EUA e da produção de shale oil tem neutralizado em grande parte os esforços da OPEP e de outros produtores de cortar a produção em uma ação para apoiar o mercado.
No mês passado, a OPEP e alguns produtores externos à organização, estenderam o corte de 1,8 milhão de barris por dia no abastecimento até março de 2018.
Até o momento, o acordo de cortes na produção tem tido pouco impacto nos níveis mundiais dos estoques devido à crescente oferta de produtores que não participam do acordo, como a Líbia e a Nigéria.
No ano corrente, o petróleo perdeu 20% do valor, entrando efetivamente no mercado em baixa na última terça-feira e também registrando seu pior desempenho nos primeiros seis meses do ano desde 1997, conforme dados da Reuters.
Zanganeh admitiu que chegar a qualquer acordo com o cartel seria "muito difícil".
Ele não forneceu indicação do possível momento da decisão, embora o Comitê Ministerial Conjunto de Monitoramento, que controla a conformidade como acordo de cortes na produção, deva se reunir no fim de julho.