Por Alex Lawler e Rania El Gamal
VIENA (Reuters) - A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) provavelmente concordará em estender os cortes na produção por mais nove meses, disseram delegados nesta terça-feira, enquanto o grupo de produtores se reúne nesta semana para discutir como lidar com um excesso global de petróleo.
O líder de fato da Opep, a Arábia Saudita, defende a extensão dos cortes de produção em nove meses, em vez dos seis meses inicialmente previstos, enquanto procura acelerar o reequilíbrio do mercado e evitar que os preços do petróleo recuem abaixo dos 50 dólares por barril.
Na segunda-feira, o ministro da Energia da Arábia Saudita, Khalid al-Falih, recebeu apoio do segundo maior produtor da Opep, o Iraque, para uma extensão de nove meses e disse que não esperava objeções de ninguém.
A Opep se reúne em Viena na quinta-feira para considerar se deve prolongar o acordo alcançado em dezembro, no qual a Opep e outros 11 países, incluindo a Rússia, concordaram em reduzir a produção em cerca de 1,8 milhão de barris por dia (bpd) na primeira metade de 2017.
A decisão empurrou os preços para acima de 50 dólares por barril. Mas também estimulou o crescimento da indústria de xisto dos Estados Unidos, que não participa do acordo de cortes, retardando assim o reequilíbrio do mercado.
"A opinião do ministro do Petróleo saudita parece exata e nenhuma objeção séria é esperada", disse um delegado, que pediu para não ser identificado por não estar autorizado a falar com a imprensa. "Sem surpresas", disse um segundo delegado.
(Reportagem adicional de Ahmad Ghaddar e Ernest Scheyder)