LONDRES (Reuters) - Os preços do petróleo podem ter atingido um piso nos níveis atuais e podem se recuperar muito em breve, afirmou o secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), Abdullah al-Badri, nesta segunda-feira.
"Agora os preços estão em torno de 45 e 55 dólares e eu acho que talvez tenham atingido um piso e verão alguma recuperação muito em breve", disse Badri, em uma entrevista.
O petróleo Brent operava próximo a 49 dólares por barril nesta segunda-feira.
Badri alertou que qualquer corte de fornecimento de petróleo da Opep levaria a uma capacidade ociosa, redução de investimento e um eventual escassez futura e alta exagerada de preços.
"Suponha que cortemos a produção, e então nós vamos ter capacidade ociosa", disse ele em uma entrevista. "Os produtores, quando têm excesso de capacidade, não vão investir."
"Se eles não investirem, não haverá mais oferta, se não houver mais oferta, haverá uma escassez no mercado depois de 3-4 anos e o preço vai subir e vamos ver uma repetição de 2008."
"Talvez a gente vá a 200 dólares, se houver uma verdadeira escassez de oferta devido à falta de investimento", disse Badri.
É necessário mais tempo antes de qualquer conversa sobre uma mudança na política de produção da Opep, disse ele.
"Vai levar algum tempo", disse Badri à Reuters. "Vai levar mais de 4 ou 5 meses e não vamos ver alguns esforços concretos antes do fim do primeiro semestre do ano, já que vamos ver como o mercado se comporta no fim do primeiro semestre de 2015."
Badri defendeu a decisão Opep de novembro de deixar sua meta de produção inalterada.
"Foi uma decisão coletiva", disse ele. "Todo mundo participou da decisão, há algumas observações e alguma reserva, mas no fim das contas, todos os ministros concordaram com isso."
Questionado sobre as perspectivas para a política de petróleo da Arábia Saudita com um novo rei, Badri disse:
"A Arábia Saudita é um país estável, tem um governo estável e eu acho que as coisas vão ser normais."
O novo rei Salman foi rápido ao manter o veterano ministro do Petróleo, Ali al-Naimi, na sexta-feira, em uma mensagem destinada a acalmar um mercado de energia nervoso após a morte do rei Abdullah na semana passada.
(Reportagem de Alex Lawler)