Por Rania El Gamal e Alex Lawler
DUBAI/LONDRES (Reuters) - A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados estão discutindo uma proposta para cortar a produção de petróleo em até 1,4 milhão de barris por dia (bpd) em 2019, disseram três fontes com conhecimento do assunto, o que seria uma redução maior que a imaginada anteriormente para evitar um excesso de oferta.
Preocupada com a queda nos preços devido a uma produção recorde de Arábia Saudita, Rússia e Estados Unidos, a Opep prepara uma virada em sua política meses após um acordo para aumentar a produção.
Essa mudança pode atrair a ira do presidente norte-americano Donald Trump, que pediu na segunda-feira que o grupo não corte a oferta. Também há um risco de perda de participação de mercado para os Estados Unidos, e fontes dizem que a Rússia precisaria ser convencida a apoiar tal movimento.
Uma queda acentuada nos preços do petróleo surpreendeu muitos participantes do mercado, após o Brent recuar de uma máxima em quatro anos de 86 dólares o barril no início de outubro para 66 dólares na quarta-feira. Semanas atrás, empresas de trading chegaram a apostar em preços na casa dos 100 dólares.
As fontes, que não quiseram ser identificadas porque o assunto é confidencial, disseram que um corte de até 1,4 milhão de bpd foi uma opção discutida por ministros de Energia da Arábia Saudita, da Rússia, que não é da Opep, e outras nações, em Abu Dhabi, no domingo.
"Eu acredito que um corte de 1,4 milhão de bpd é mais razoável que acima ou abaixo disso", disse uma das fontes.
A Opep terá uma reunião em 6 de dezembro para discutir suas políticas para 2019.
(Por Rania El Gamal e Alex Lawler; com reportagem adicional de Ahmad Ghaddar e Vladimir Soldatkin)