LONDRES (Reuters) - A Opep e seus aliados começam dois dias de reuniões nesta quarta-feira para decidir se liberam mais petróleo no mercado ou restringem o fornecimento em meio a uma queda do preço e temores de que a variante do coronavírus Ômicron possa enfraquecer a demanda global por energia.
Os preços do petróleo caíram para perto de 70 dólares o barril na terça-feira, ante 86 dólares em outubro, registrando sua maior queda mensal desde o início da pandemia, no momento em que a nova variante levantou temores de um excesso de oferta.
Em novembro, o Brent caiu 16,4%, enquanto o WTI caiu 20,8%, a maior queda mensal desde março de 2020.
"A ameaça à demanda de petróleo é genuína", disse Louise Dickson, analista sênior de mercados de petróleo da Rystad Energy. "Outra onda de lockdowns pode resultar em uma perda de demanda de petróleo de até 3 milhões de barris por dia no primeiro trimestre de 2022."
Também pressionando os preços, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, disse que o banco central dos EUA provavelmente discutirá acelerar a redução das compras de títulos em meio a uma economia forte e às expectativas de que um aumento na inflação persistirá.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) se reúne nesta quarta-feira, seguida por um encontro na quinta-feira da Opep+, que agrupa a Opep com aliados, incluindo a Rússia.
Vários ministros da Opep+, incluindo da Rússia e da Arábia Saudita, disseram que não havia necessidade de uma reação automática do grupo.
Mas alguns analistas sugeriram que a Opep+ pode suspender os planos de adicionar 400 mil barris por dia (bpd) ao fornecimento em janeiro.
O grupo já estava avaliando os efeitos do anúncio da semana passada pelos Estados Unidos e outros países de liberar reservas emergenciais de petróleo para moderar os preços.
(Reportagem equipe da Opep, texto de Dmitry Zhdannikov)