Viena, 12 dez (EFE).- Próxima de fechar o segundo ano consecutivo com o preço anual de petróleo a mais de US$ 100 por barril, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) optou nesta quarta-feira, em Viena, por manter sua atual oferta de petróleo.
"A oferta será mantida, portante tudo fica como está", disse o ministro saudita de Petróleo, Ali bin Ibrahim Al-Naimi, após a conclusão da 162ª Conferência Ministerial da Opep, a segunda realizada neste ano.
Com isso, os 12 países-membros sancionaram sua cota conjunta de produção de 30 milhões de barris diários (mdb), vigente há um ano, mas que na prática é superada em 800 mil barris diários (bd).
A decisão não surpreende os mercados depois que os responsáveis da organização se mostraram satisfeitos, nos dias prévios à Conferência, com a situação e com o nível dos preços, apesar da incerteza sobre a economia mundial.
A cotação do barril de referência da Opep ficou situada, na terça-feira, em US$ 104,8, enquanto em 2012 o valor médio foi de US$ 109,6, superior inclusive ao recorde de 2001, que era de US$ 107,46.
"No ano passado, tivemos um lucro muito bom. Este ano será marcado pelo maior lucro da história para os países da Opep", reconheceu, satisfeito, o secretário-geral da organização, o líbio Abdullah el-Bradi, cujo mandanto foi prolongado em um ano, de maneira extraordinária, porque os membros não chegaram a um consenso para nomear um novo candidato.
Depois que o Equador retirou a candidatura de seu ministro Wilson Pástor-Morris, os três maiores produtores do grupo - Arábia Saudita, Iraque e Irã - queriam assumir o cargo.
"Prolongar o mandanto de El-Badri por um ano foi a melhor decisão", disse Al-Naimi.
Por outro lado, durante a conferência foi confirmado que o ministro do Petróleo do Kuwait, Abdulaziz Hussain, assumirá a presidência rotativa da Opep em 2013 e que a próxima reunião do grupo vai acontecer em 1 de maio, em Viena.
"O mercado diz que com 30 milhões de barris está bem abastecido e que o nível de preço é razoável para consumidores e produtores", disse à imprensa Pástor-Morris.
Apesar da satisfação geral, a Opep destacou nesta quarta-feira a incerteza sobre os mercados devido à crise na zona do euro e em outros regiões com alto consumo de energia, algo que representa "o maior desafio para os mercados petrolífico em 2013", segundo assinalou na declaração final da conferência.
"O pessimismo sobre o futuro da economia mundial continua presente pela crise de dívida soberana na zona do euro e o risco de inflação nas economias emergentes", adverte a nota.
Neste cenário, a Opep, que controla cerca de 36% da produção mundial de petróleo, espera que o aumento da demanda petrolífera do planeta será moderado no próximo ano (cerca de 800 mil barris diários a mais) e será coberto pelas provisões adicionais provenientes de países não-membros da organização. EFE