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Opep reduz previsão de demanda de petróleo para 2019

Publicado 13.08.2018, 09:43
© Reuters.  Opep reduz previsão de demanda de petróleo para 2019
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Wanda Rudich

Viena, 13 ago (EFE).- A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) revisou nesta segunda-feira ligeiramente para baixo a demanda mundial de petróleo em 2019 ao fixá-la em 100,26 milhões de barris diários (mbd), o que demonstra expectativa que não haverá uma posterior escalada da chamada "guerra comercial" por tarifas.

Após um crescimento anual de 1,68% (1,64 mbd), até 98,83 mbd, em 2018, o consumo de "ouro negro" no planeta desacelerará no próximo ano, quando aumentará 1,45% (1,43 mbd), conforme demonstrou a Opep em seu relatório mensal publicado nesta segunda-feira.

Os novos números totais são ligeiramente inferiores, em 20 mil barris diários, às estimativas do mês passado, tanto para este ano como para o próximo. Além disso, o aumento anualizado foi rebaixado em dois pontos percentuais em cada ano.

A organização de 15 países adverte, no entanto, que sua "previsão" considera "que não haverá um aumento significativo das tarifas comerciais e as disputas atuais serão resolvidas em breve".

"Mas a tendência relativamente forte de crescimento (econômico) global parece continuar, surgiram vários desafios" que podem afetar o consumo de petróleo, lembra.

Entre "as principais áreas de preocupação", a Opep se refere a "incertezas políticas", sem especificá-las, e "à evolução relacionada com o comércio", onde destaca um aumento de tensões com "crescentes incertezas, que se traduzem em uma queda empresarial e do sentimento do consumidor".

O documento ressalta o risco de "impactos negativos nos investimentos em nível mundial, nos fluxos de capital e na despesa do consumidor", todos fatores que "podem ter um efeito prejudicial no mercado mundial do petróleo".

A Opep se refere às tensões criadas pela decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de introduzir tarifas a certas importações, sobretudo as da China, país que respondeu com medidas similares.

Segundo os analistas, a chamada "guerra comercial" está pressionando para baixo os preços do petróleo ao despertar o temor de um freio da demanda, um fator que se contrapõe ao efeito de alta das sanções de Washington ao Irã, que ameaçam reduzir a oferta petrolífera.

Apesar de o barril referencial da Opep ter caído na sexta-feira 2%, até os US$ 70,60, seu valor médio de todo julho, de US$ 73,27, acumula um encarecimento "de quase 70%" frente ao que tinha no final de 2016, destaca o relatório.

Durante o mesmo período, o petróleo Brent, a referência para a Europa, ganhou 60%, até uma média de US$ 75, enquanto o Petróleo Texas (WTI, referência nos Estados Unidos) subiu 55% e superou os US$ 70 pela primeira vez desde o final de 2014.

A forte apreciação aconteceu "em meio à diminuição dos estoques de petróleo" nos países consumidores, destaca o relatório.

Por outro lado, a Opep corrigiu fortemente em alta, em 73.000 bd e em 106.000 bd, seus cálculos sobre a oferta de "ouro negro" que provirá em 2018 e 2019 de fora da organização, ao estimá-la agora em 59,62 mbd e 61,75 mbd, respectivamente.

"A principal razão da revisão para cima foi um ajuste da previsão do fornecimento chinês devido a uma produção maior do que o esperada na primeira metade deste ano", explica.

"Estados Unidos, Brasil, Canadá, Reino Unido, Cazaquistão, Austrália e Malásia são os principais motores do crescimento (de extrações), enquanto espera-se que o México e a Noruega registrem os maiores retrocessos", acrescenta.

Segundo os dados do relatório, a produção da Opep aumentou no mês passado até os 32,32 mbd, 40.700 bd a mais que em junho.

Os números revelam que a Arábia Saudita, que na última reunião do grupo em 22 de junho se comprometeu a abrir as torneiras, reduziu as suas extrações em 52.800 bd, enquanto a Venezuela continuou com a queda drástica de seu bombeamento (- 47.000 bd), acarretada pela grave crise que atravessa.

Também caíram as produções do Irã (- 56.300 bd), Líb0ia (56.700 bd) e Congo (17.800 bd).

A compensação veio do Kuwait, que aumentou sua oferta em 78.500 bd, assim como da Nigéria (70.500 bd), dos Emirados Árabes Unidos (69.200 bd), do Iraque (24.100 bd), da Argélia (13.800 bd), da Angola (11.700 bd) e do Equador (4.200 bd).

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