Por Rania El Gamal e Dahlia Nehme e Maha El Dahan
ABU DHABI (Reuters) - A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) concordou nesta quinta-feira com cortes na oferta de petróleo, pedindo que seus membros Iraque e Nigéria, que têm produzido mais, passem a produzir em linha com suas metas.
O acordo vem em meio a um esforço do grupo para evitar um excesso de oferta à medida que a produção nos Estados Unidos sobe e a economia global dá sinais de desaceleração.
Os preços do petróleo caíram abaixo dos 60 dólares nas últimas semanas, após máximas de 75 dólares em 2019, conforme temores de uma recessão global pesaram mais que a menor oferta de Irã e Venezuela após impacto de sanções.
Um comitê de monitoramento do mercado formado pela Opep e seus aliados, um grupo conhecido como Opep+, se encontraram nesta quinta-feira em Abu Dhabi antes de discussões sobre sua política em Viena em dezembro.
A Opep tem em geral cortado além da meta de seu acordo, de 1,2 milhão de barris por dia, uma vez que as exportações de Irã e Venezuela entraram em colapso após sanções. Mas alguns membros, como o Iraque e a Nigéria, vinham produzindo acima de suas cotas.
O Iraque, segundo maior produtor da Opep, se comprometeu nesta quinta-feira a reduzir a produção em 175 mil bpd em outubro, enquanto a Nigéria deverá reduzir sua oferta em 75 mil bpd.
A Arábia Saudita, líder de fato da Opep, continuará bombeando abaixo de sua meta, disse o príncipe Abdulaziz bin Salman, que assumiu o cargo de ministro de Energia no domingo.
O reino vai voluntariamente cortar mais que suas metas e produzir abaixo de 10 milhões de bpd, segundo ele.
Qualquer decisão formal sobre cortes mais profundos na produção de petróleo só acontecerá na próxima reunião da Opep+, em dezembro, disse o príncipe.
Segundo ele, o encontro nesta quinta-feira discutiu questões como a crescente produção e exportação de petróleo 'shale' pelos EUA, a desaceleração econômica global e possíveis alívios nas sanções dos EUA ao Irã.