O ouro avançou na sessão desta terça-feira, 11, apoiado pela piora do dólar no mercado cambial, em especial ante moedas rivais, e o arrefecimento da alta nos juros dos Treasuries, que concorrem com o metal enquanto ativo de segurança.
Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro subiu 0,64%, a US$ 1.686,00 por onça-troy.
O movimento no câmbio e na renda fixa americana ocorre apesar de comentários de tom hawkish da presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Cleveland, Loretta Mester. Ela, porém, apenas manteu a retórica agressiva recente do BC dos Estados Unidos.
Por outro lado, uma pesquisa do Fed de Nova York indicou desaceleração das expectativas de inflação para os próximos 12 meses, a 5,4%. Na próxima quinta-feira (13), saem os números da inflação ao consumidor nos EUA de setembro.
Analistas, contudo, ponderam que a tendência para o futuro próximo é de fraqueza do ouro, à medida que o Fed segue aumentando juros nos EUA e o cenário econômico global desafiador fortalece o dólar.
"O ouro terá dificuldades pois o dólar será facilmente apoiado", já que a guerra na Ucrânia está se intensificando e as condições financeiras, apertando, destaca o analista Edward Moya, da Oanda. Ele projeta recuo do ouro à casa de US$ 1,64 mil caso o cenário descrito se confirme.
O Commerzbank tem previsão similar. "Enquanto persistirem os ventos contrários gerados pelo dólar e os rendimentos ascendentes dos Treasuries, o ouro provavelmente permanecerá na defensiva", resume o banco alemão.