O contrato mais líquido do ouro fechou em alta nesta terça-feira, 3, após ter atingido seu valor mais baixo em dois meses e meio, em um dia no qual o metal é impulsionado pelo recuo do dólar e dos rendimentos dos Treasuries. Investidores seguem aguardando a decisão de política monetária desta quarta-feira pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), mas analistas acreditam que a elevação de juros já está precificada, e que o destaque ficará por conta de orientações para o futuro.
O ouro para junho encerrou a sessão com alta de 0,37%, a US$ 1.870,60 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).
Para Edward Moya, analista da Oanda, "as duas semanas de dor do ouro parecem ter acabado, já que Wall Street precificou a maior parte do aperto dos bancos centrais globais".
Depois de uma grande alta nos rendimentos dos Treasuries dos EUA e da Europa, o ouro sem juros está reunindo um rali, já que os traders de renda fixa parecem estar se aproximando dos preços no pico de "hawkish", avalia. O ouro foi golpeado à medida que os investidores se preparam para a decisão política mais dura do Fed desde o início do milênio, mas o rali do dólar pode estar se aproximando do fim e isso deve ser uma boa notícia para o metal, afirma o analista.
"O destino do ouro pode muito bem ser determinado em quão agressivo o Fed será com a normalização do balanço", diz Moya.
O Commerzbank espera que o Fed decida na quarta-feira aumentar as taxas de juros em 50 pontos-base, o que não deve ser uma surpresa para o mercado agora, e também está totalmente precificado de acordo com o Fed Fund Futures, portanto, não deve mais pesar no preço do ouro.