O contrato mais líquido do ouro fechou em alta, com o mercados acionários mais avessos ao risco, o que favorece os ativos considerados porto seguro. Neste cenário de cautela, a queda robusta do dólar e dos rendimentos dos Treasuries serviram para apoiar o metal precioso.
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para junho encerrou a sessão em alta de 1,39%, a US$ 1.841,2 a onça-troy.
De acordo com Craig Erlam, da Oanda, o ouro parece estar finalmente vendo alguns fluxos de refúgio, já que os mercados reagem fortemente à ameaça de recessão, em vez de apenas expectativas de taxas de juros mais altas.
O Instituto de Finanças Internacionais (IIF) alertou que o aperto monetário do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em meio a crescentes riscos de recessão da economia global em 2022 pode fazer com que os mercados repitam o comportamento de dezembro de 2018, quando o aumento da taxa básica provocou uma aversão ao risco generalizada nos mercados.
Segundo as projeções da própria instituição, a economia global está "à beira" de uma recessão.
"Será interessante ver como os mercados reagirão nas próximas semanas se a mentalidade do investidor passar do medo de taxas mais altas para a expectativa de uma desaceleração ou recessão significativa. Talvez possamos ver o retorno da demanda de ouro", destaca Erlam, em relatório enviado a clientes.