O contrato mais líquido do ouro fechou a quinta-feira, 19, em alta, impulsionado pela busca pela segurança após novos temores de recessão global e pela desvalorização do dólar ante rivais, visto que a commodity é cotada pela moeda norte-americana.
Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para fevereiro fechou em alta de 0,89%, a US$ 1923,90 por onça-troy.
Edward Moya, analista da Oanda, comenta que os preços do ouro estão sendo impulsionados pela busca pela segurança por parte de investidores, visto que os temores por uma recessão global foram ampliados e que os riscos de inadimplência "não desaparecerão tão cedo".
"Dados mistos dos EUA continuam a apoiar a ideia de que o Fed pode precisar fazer mais restrições, dada a força do mercado de trabalho, mas o restante da economia está enfraquecendo", indica Moya.
Os apertos dos juros, ao dificultarem o crescimento econômico, podem desencadear em recessões, o que, segundo Moya, seria beneficial para o ouro.
Nesta quinta, o Banco Central Europeu (BCE) publicou a ata da sua última reunião monetária, dando sinais de mais apertos de juros nas próximas reuniões. Além disso, a presidente da distrital de Boston do Federal Reserve (Fed), Susan Collins, projetou mais elevações de juros nos EUA, em quadro de foco global para conter a inflação. Já o presidente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Andrew Bailey, afirmou que prevê uma possível recessão superficial no Reino Unido.
Segundo análise da TD Securities, a reabertura chinesa em meio às próximas celebrações do Ano Novo Chinês exacerbou a extrema atividade de compra do ouro, apesar do rastreamento indicar um ritmo mais lento de aquisições desde o início das compras por parte da China no início de novembro.