O contrato mais líquido do ouro fechou em alta nesta quarta-feira, em sessão na qual a publicação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos em abril e as perspectivas para a postura do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) diante da inflação dominaram as atenções dos investidores. Como resultado, o metal operou com volatilidade, recuando após a divulgação e passando a subir ao final do dia.
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para junho encerrou a sessão em alta de 0,95%, a US$ 1.841,00 a onça-troy.
O CPI americano subiu 0,3% em abril ante março, superando a expectativa de analistas de alta de 0,2%. No entanto, desacelerou em relação ao avanço de 1,2% do mês anterior. Já o núcleo, que exclui os voláteis preços de alimentos e energia, avançou 0,6%, acima do consenso de acréscimo de 0,4%.
De acordo com a Capital Economics, a desaceleração do índice marca o início de um recuo sustentado da inflação no país. Para a consultoria, o resultado reforça a expectativa de que o Fed aumente juros em 50 pontos-base nas duas próximas reuniões, em junho e julho.
Segundo Edward Moya, analista da Oanda, o ouro recuou quando o dólar subiu após um relatório de inflação mais quente do que o esperado, já que provavelmente forçará o Fed a entregar mais aperto do que se pensava inicialmente. Por sua vez, ao decorrer da sessão, o dólar perdeu força, o que impulsionou a commodity. "A conclusão geral para grande parte de Wall Street, no entanto, é que o Fed ainda está pronto para fornecer aumentos consecutivos de meio ponto nas reuniões de junho e julho", aponta.
Para Moya, o ouro está se mantendo provisoriamente no nível de US$ 1830 e deve continuar a se estabilizar, mas isso pode ser testado se uma onda constante de falas de dirigentes do Fed aumentarem as expectativas do mercado para um aperto mais agressivo ainda este ano.