O ouro fechou em alta nesta quarta-feira, em meio a um aumento das preocupações no mundo com a inflação. O metal precioso é usado com frequência por investidores como ativo de proteção contra as pressões inflacionárias. Além disso, o mercado operou em compasso de espera pela divulgação da ata da reunião de política monetária mais recente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro subiu 2,01%, a US$ 1.794,7 por onça-troy.
Em setembro, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA subiu 0,4%, na comparação com agosto, acima da mediana das previsões de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, de alta de 0,3%.
Os dados, divulgados nesta quarta pelo Departamento do Trabalho americano, reforçaram o temor de que a alta da inflação no mundo acabe por prejudicar a retomada econômica. Tudo isso em meio a uma crise energética que tem elevado os preços dos combustíveis.
"Os participantes do mercado de ouro presumivelmente estarão concentrando a maior parte de sua atenção hoje nos dados de inflação dos EUA para setembro", escreveram analistas do Commerzbank antes da divulgação do indicador. "Nossos economistas esperam que o índice básico tenha permanecido no mesmo nível elevado do mês anterior e que a o núcleo (descontando energia e alimentos) tenha realmente subido ligeiramente. Isso poderia dar suporte ao ouro", acrescentaram.
Além disso, o recuo do dólar ante pares e dos juros dos Treasuries de longo prazo deu um impulso adicional ao ouro. Quando a moeda americana de desvaloriza, as commodities ficam mais baratas e atrativas para quem negocia com outras divisas. No caso dos títulos públicos dos EUA, o metal precioso ganha atratividade quando esses ativos entregam menos juros aos investidores.