O ouro fechou em baixa nesta sexta-feira, 18, pressionado por um dólar forte que reagiu a comentários de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Após decidirem pelo primeiro aumento do juro básico nos EUA desde 2018, os membros do BC americano adotaram comunicação agressiva quanto à necessidade de normalizar a política monetária para controlar a inflação local.
Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para abril recuou 0,72% nesta sexta e 2,81% na semana, a US$ 1.929,30 por onça-troy.
Durante o dia, dirigentes do Fed reforçaram a percepção de que a entidade está focada em combater a inflação e deve se mover em direção a uma política monetária compatível com este objetivo ao longo do ano.
De orientação hawkish, o presidente da distrital de St. Louis do BC, James Bullard, disse que seria adequado que a taxa dos Fed funds fique acima de 3% ao fim de 2022. Já o membro do Conselho do Fed, Christopher Waller, defendeu um aumento do juro mais agressivo na primeira metade do ano.
Presidente do Fed de Minneapolis e de inclinação dovish, Neel Kashkari também alegou pela necessidade de retirar acomodação, enquanto o chefe da distrital de Richmond, Thomas Barkin, não descartou a possibilidade de aumentar o juro em 50 pontos-base em alguma das seis reuniões restantes neste ano.
Segundo o Commerzbank, a perspectiva monetária nos EUA pressionou os preços do ouro nesta semana. De acordo com o banco, o mercado está precificando um aumento médio de 162 pontos-base dos Fed funds até o fim de 2022, o que demonstra que investidores projetam ao menos uma alta maior que 25 pontos-base no juro. Diante dos comentários duros da entidade monetária, o dólar se fortaleceu e pesou sobre o ouro, que é cotado na moeda americana e, portanto, ficou mais caro com o movimento da divisa.