O contrato mais líquido do ouro caiu mais de 2% na sessão desta segunda-feira, ainda repercutindo a publicação do payroll (dado de emprego) dos Estados Unidos na última sexta-feira. O otimismo com a retomada econômica após a criação de vagas acima do esperado levou a uma venda generalizada do metal, assim como a uma valorização do dólar e elevação nos rendimentos dos Treasuries, ambos movimentos que tendem a pressionar o ouro.
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro fechou em queda de 2,06%, a US$ 1.726,50 a onça-troy. Durante a sessão, o metal chegou a operar abaixo de US$ 1.680 por onça-troy, o que não acontecia desde março deste ano.
"Enquanto a variante delta do coronavírus continua a dominar as manchetes, o mercado de ouro está mantendo seu foco nas perspectivas econômicas", aponta o Julius Baer. Depois do payroll, o ouro recuou mais de 2% na última sexta-feira, seguindo uma redução na procura por segurança, movimento que seguiu na sessão de hoje. Por sua vez, o banco suíço vê espaço para recuos ainda maiores, já que a "demanda de refúgio seguro deve diminuir ainda mais à medida que o crescimento global se recupera, levando os preços um pouco mais para baixo".
A BMO Markets aponta ainda outro aspecto para a queda nos preços do ouro. Na visão da instituição, as percepções inflacionárias, para as quais o metal aparece como um refúgio, foram parcialmente amenizadas com a possibilidade da variante delta pesar na recuperação global.