O contrato mais líquido do ouro fechou em baixa nesta terça-feira, 16, em sessão marcada pela divulgação de indicadores dos Estados Unidos com resultados acima do esperado por analistas, sugerindo um quadro de retomada econômica e reduzindo a busca do metal como um porto seguro. Além disso, um dos efeitos foi o avanço do dólar, o que tende a pressionar a commodity, cotada na moeda americana. Dessa forma, o metal fica mais caro e menos atrativo para detentores de outras divisas.
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro caiu 0,67%, a US$ 1.854,1 por onça-troy.
O movimento unilateral de valorização do ouro desde a decisão política do Federal Reserve (Fed) de 3 de novembro perdeu força, aponta Edward Moya, analista da Oanda. "Os preços do metal estão entrando em modo de espera para ver os investidores aguardando novos sinais de que a inflação vai esquentar e durar por mais tempo", avalia, apontando ainda que dados de vendas no varejo e produção industrial melhores do que o esperado da China diminuíram o apelo por portos seguros. Nesta manhã, os mesmos indicadores para os Estados Unidos vieram acima do projetado, reforçando um maior apetite por risco.
Com o avanço recente do dólar, o Commerzbank lembra que o ouro em euros ficou cotado no seu maior nível em 12 meses. Neste quadro, o TD Securities avalia que o metal amarelo continua a ser uma proteção ideal contra os crescentes "ventos estagflacionários", mas o "cabo de guerra entre as leituras de inflação alta e os preços de mercado" não foi definitivamente concluído.