O contrato mais líquido do ouro fechou em forte baixa nesta quinta-feira, 6, seguindo a publicação da ata do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na quarta-feira, já após o encerramento da sessão para o metal. O documento, visto como "hawkish", apontou para uma possibilidade de alta de juros antecipada nos Estados Unidos, além de ter abordado a redução do balanço patrimonial da autoridade. Um dos resultados foi um avanço nos rendimentos dos Treasuries, o que pressiona o ouro.
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para fevereiro caiu 1,97%, a US$ 1.789,20 por onça-troy.
"No rescaldo das atas violentas do Fed, o preço do ouro está em queda", afirma o TD Securities, que aponta que o mercado de juros avalia um quarto aumento de taxas em 2022, em resposta ao reconhecimento da ata de que uma redução acelerada nos estímulos dará às autoridades a opção de aumentar os juros já em março. Além disso, o banco de investimentos também destaca que o documento aumentou as chances de um início mais precoce na redução do balanço patrimonial do Fed.
Como resultado, o Commerzbank nota que os rendimentos dos Treasuries de dez anos aumentaram para uma alta de nove meses de 1,73%, puxando o preço do ouro para baixo.
O banco alemão olha para a publicação da sexta-feira do payroll (dado de emprego) de dezembro nos EUA, e nota que os números do ADP, publicados na quarta, nem sempre foram um indicador confiável dos dados oficiais do mercado de trabalho no passado, então não devem ser vistos como uma previsão individual da publicação de sexta.
Já o Deutsche Bank, diante do dado forte de criação de empregos no setor privado, revelado na quarta pelo ADP, revisou em alta sua previsão para o payroll desta sexta-feira, projetando agora a criação de 600 mil vagas em dezembro (de 375 mil anteriormente). Com isso, prevê que a taxa de desemprego recue de 4,2% a 4,1%.